Santos, a entrada marítima do Estado de São Paulo é também uma das mais importantes cidades paulistas quando o assunto é arquitetura, já que é rica em construções que atravessaram os séculos até os dias atuais.
E é na rua do Comércio, que já foi berço de Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que se concentra boa parte dos mais importantes imóveis antigos antigos santistas. Um deles é a famosa “Casa da frontaria azulejada”.

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Considerada uma das mais importantes obras arquitetônicas da Cidade de Santos, foi construída em 1865 para ser a residência e armazém comercial do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto. Apesar do piso térreo ser considerado um armazém, não há consenso entre os historiadores, sendo que há uma vertente que afirma que o piso ao nível da rua também era utilizado como residência pelo comendador.
O imóvel possui fachada com influência neoclássica, com toda sua área coberta de azulejos em relevo vindos de Portugal. Sua construção tem uma forma de “U” (veja no mapa no fim do artigo), com uma abertura originalmente voltada para o Porto, hoje impedida pelos imóveis sitos à rua Tuiuti.
Com a morte de Ferreira Netto a casa passou por mudanças funcionais, tendo ai o início de diversas atividades ao longo de sua trajetória. Foi durante anos um armazém no térreo e escritório de café no piso superior. Posteriormente foi transformado no Hotel Guanabara, entre os anos de 1940 e 1960.
O início real da decadência do imóvel foi após o fechamento do hotel na década de 60. A sua utilização posterior, de depósito de adubos químicos degradou bastante a construção, tanto por fora como principalmente por dentro. O tombamento do imóvel veio primeiramente pelo IPHAN em 1973, sendo seguido posteriormente pelos órgãos de tombamento estadual e municipal.
O imóvel somente seria desapropriado pela prefeitura santista em 1986 quando estava em uma situação terrível. A recuperação do imóvel levaria longos anos, sendo entregue com a fachada restaurada em 1992, o que incluiu a restauração e reprodução dos azulejos que caracterizam o prédio.
Por dentro do imóvel, foi mantido uma aparência mais rústica (veja fotos acima e na galeria no final do texto), que com certeza não agrada a todo mundo. Apesar disso o imóvel encontra-se em bom estado de conservação e seguro com sua robusta construção antiga.
Infelizmente, devido a péssima manutenção do proprietário anterior à desapropriação, o piso superior da casa da frontaria azulejada não existe mais. O imóvel agora é um grande salão. Desde 1995 o local pertence a Fundação Arquivo e Memória de Santos.
Veja mais fotos da casa (clique na foto para ampliar):
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