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Casarão – Antiga Labirinttu’s

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Em um país como o Brasil, que parece ser liberal com mulatas sambando seminuas no carnaval e atrizes com seios de fora na televisão, falar sobre erotismo e sexualidade na história ainda é um tabu. E sinto isso quando faço qualquer pesquisa relacionado a boates, saunas e cabarés do passado, sejam eles voltados para público homo ou heterossexual. Locais que marcaram época, como a La Licorne na Vila Buarque, ou a Gent’s no Ibirapuera parecem não terem sequer existido.

E recentemente me chamou a atenção o risco que corre o casarão que por cerca de 15 anos abrigou uma famosa sauna masculina, a Labirinttus.

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Em julho de 2012 a Labirinttu’s mudou de endereço. Saiu do antigo casarão da foto acima, localizado no número 135 da Rua Frei Caneca, para outro imóvel no número 328 da mesma rua.

Desde então o velho casarão está em uma situação de esquecimento que é preocupante. Alguns vizinhos dizem que o local poderá ser demolido em breve, junto com o estacionamento ao lado, enquanto outros dizem que o mesmo deverá ser reformado e descaracterizado.

Enquanto não sabemos o futuro do antigo casarão, vemos ele se deteriorar aos poucos. O telhado já apresenta várias falhas, que podem ocorrer entrada de água durante as chuvas, o que eventualmente pode ocasionar o desabamento do forro do andar superior. Apesar disso a aparência externa é boa, mantendo todos os detalhes da fachada preservados. A cor vermelha é da época da sauna.

Será que veremos mais um casarão da Rua Frei Caneca, um dos últimos, desaparecer ? Estamos acompanhando.

Boates, saunas, bordéis e danceterias do passado. Alguma chamava sua atenção ou marcou você ? Deixe seu comentário dizendo qual era e vamos tentar descobrir um pouco da história destes locais.

Veja mais duas imagens do casarão:

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Veja o local através de nosso mapa:

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Casarão JC – Rua Caio Prado, 79

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São Paulo no passado foi a cidade da vida simples, pacata e de casarões e palacetes. Entretanto a realidade hoje em dia é bastante diferente e a cada dia que passa somos cada vez mais a cidade dos grandes edifícios isolados da vida urbana, com seus seguranças vestindo paletós pretos e suando em bicas no calor tropical, dos muros altos das casas que parecem presídios e das ruas “particulares” com portões e obstáculos.

A cada dia que passa, fica muito mais difícil encontrar preservadas casas antigas em harmonia com o ambiente. No número 79 da Rua Caio Prado, há uma que é de encher os olhos:

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Trata-se de um imóvel que nos apresenta uma cena urbana cada dia mais difícil de apreciar. Um belo casarão, centenário, absolutamente preservado em um trecho da cidade onde quase nada mais contemporâneo a ela sobrevive. É bem verdade que poucos metros dela há um outro casarão, de mais ou menos da mesma época, que ainda está por lá, no número 225. Mas está em péssimo estado de conservação.

No caso deste, que chamamos de Casarão JC (em virtude das iniciais que estão fixas no portão) a preservação é exemplar. Um imóvel de arquitetura eclética, com a tradicional construção típica dos imóveis do início do século 20, com pé direito alto, frontão ricamente adornado e porão. Ao fundo há uma edícula também igualmente preservada.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

No portão, as iniciais “JC” (clique na foto para ampliar).

É possível imaginar o quão bela era a Rua Caio Prado até a década de 70 quando ainda existia, quase em frente a este belo imóvel o saudoso Colégio Des Oiseaux, demolido em 1974. Se hoje o colégio não está mais por lá, só podemos torcer que o Parque Augusta seja criado e não tenhamos aquela incrível área verde que resiste por ali transformada em mais concreto, trânsito e barulho.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

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Este belo casarão é uma boa lição para os paulistanos. Exemplo de que é possível vencer a especulação imobiliária, que há décadas assola São Paulo de forma cruel e impiedosa. Cada vez que observo esta residência na Rua Caio Prado, sempre limpa, pintada e bem cuidada, vou para casa mais aliviado sabendo que a esperança de uma cidade melhor nunca morre.

Veja mais fotos (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
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Foto: Douglas Nascimento
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Foto: Douglas Nascimento

Conheça a região através de nosso mapa:

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Casarão – Rua José do Patrocínio, 66

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Um dos bairros mais agradáveis de se morar em São Paulo, a Aclimação, faz alguns anos que se tornou um grande foco de especulação imobiliária, no que parece ser uma das ações mais agressivas contra casas e casarões em bairros que já tomei conhecimento. Por todos os cantos da região é possível observar conjuntos de casas sendo compradas todas juntas e demolidas para virarem edifícios.

Desta vez a má notícia que recebemos fica no número 66 da Rua José do Patrocínio:

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Um dos mais antigos casarões sobreviventes do bairro é a bola da vez da sana das incorporadoras por terrenos. Informados por uma leitora, descobrimos que o imóvel será demolido muito em breve para dar lugar a um novo empreendimento imobiliário. No local, já estão indícios do fim da casa: sob as janelas repousa o cartaz da demolidora, que alerta que o fim é eminente, e em um dos portões uma pequena placa da construtora You,Inc.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Cartaz de demolidora é “sentença de morte” do imóvel (clique na foto para ampliar).

No site da empresa ainda não há informações sobre o que será construído ali, apenas o nome do empreendimento é conhecido, You & Saralu, mas pelo perfil da empresa parece que será algo de pequeno porte ou muito compacto. Me pergunto, caso venha a ser um prédio, quantos outros vizinhos irão abaixo juntos? Pois a área do casarão não me parece suficiente para uma torre.

Resumindo: Estão destruindo um dos bairros mais elegantes e charmosos de São Paulo, deixando construir mais e mais prédios totalmente fora de sintonia com o padrão da região, que é fortemente de casas e não de edifícios. Me pergunto (e acho que até já sei a resposta) se a Prefeitura de São Paulo se dá ao trabalho de fazer algum estudo sobre o impacto que estes prédios novos fazem na Aclimação, que a cada dia que passa perde um pouco mais da qualidade de vida.

Uma das várias casas da Rua Topázio que foram demolidas recentemente (clique para ampliar).

Uma das várias casas da Rua Topázio que foram demolidas recentemente (clique para ampliar).

Construído no início do século 20, o casarão da Rua José do Patrocínio é bastante conhecido pelos moradores do bairro. Vazio e fechado há muitos anos, chegou a receber um início de reforma algum tempo atrás mas por algum motivo a obra logo parou.

Sem eletricidade e com o poste de iluminação um tanto quanto distante dele o casarão à noite é bastante escuro, com ares um tanto sombrio, o que deu ao imóvel o apelido de “Casa do Conde Drácula”. Apesar de estar em um triste estado de abandono, o casarão apresenta-se conservado, com sua estrutura bastante sólida e com todo os detalhes da fachada preservados. Me parece um imóvel perfeitamente possível de ser restaurado.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

No fundo do casarão, a garagem de automóveis (clique para ampliar).

É realmente lamentável ver algo tão belo prestes a desaparecer. Uma perda irreparável para a Aclimação.

Nossos agradecimentos à leitora Silvia Massara que nos alertou sobre o imóvel a tempo de irmos até o local para fotografar. A colaboração dos leitores é fundamental para que o trabalho do São Paulo Antiga seja ainda mais eficiente.

Veja mais fotos do casarão (clique na foto para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

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Residência de Nicolau Schiesser

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Quando publicamos as casas que são catalogadas aqui no São Paulo Antiga muitos perguntam se existem fotos internas dos imóveis. Isso nem sempre é possível, seja em razão da privacidade dos moradores ou seja pela inexistência ou dificuldade de encontrar fotografias de lares que já foram demolidos, ou encontram-se em situação de abandono.

Mesmo assim, já mostramos o interior de algumas casas como o Casarão da Fábrica de Tecidos Labor e o Palacete de Alexandre Siciliano. Agora, vamos mostrar dentro e fora de um belo casarão há muito desaparecido, o casarão de Nicolau Schiesser.

Residência e o carro de Nicolau Schiesser, início dos anos 40 (clique na foto para ampliar).

Residência e o carro de Nicolau Schiesser, início dos anos 40 (clique na foto para ampliar).

Apresentar aos leitores esta preciosidade só foi possível graças a gentileza dos familiares, que nos cederam as imagens para digitalização e publicação e que nos receberam para uma conversa muito agradável onde foi contado um pouco da bonita história da família.

Natural da Suíça, Nicolau Schiesser era engenheiro e veio ao Brasil a convite do Conde Matarazzo, que o contratou para trabalhar nos projetos das tecelagens de sua empresa, indo primeiramente para a região de São Roque.

Nicolau Schiesser no início dos anos 20

Nicolau Schiesser no início dos anos 20

Engenheiro brilhante, Schiesser, logo conquistaria admiração e respeito nas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo e, com destaque, foi galgando novas posições na empresa, em cargos de alta confiança, em geral destinados apenas à família do Conde. Foi na empresa de Matarazzo que Schiesser não só ganharia riqueza e prestígio mas conheceria sua futura esposa.

E uma vez casado, veio a necessidade de construir uma residência para a nova família que surgia. E foi assim, em 1924, que Nicolau Schiesser iniciou a construção de sua residência na Rua Maranhão, no elegante bairro de Higienópolis.

Imagem da casa, ainda em construção, e seus familiares em 1924

Naquela época, Higienópolis era um dos bairros favoritos da elite paulistana para morar. Muito próximo ao centro, oferecia a tranquilidade de um bairro estritamente residencial com a facilidade de estar próximo do centro da cidade. Não demorou para que a bela residência fosse concluída, sendo assim um belo e agradável lar para a Família Schiesser.

Crédito: Acervo da Família Schiesser

Vista parcial da residência e do jardim (clique na foto para ampliar)

Tratava-se de um casarão magnífico, como era muito comum de se observar em Higienópolis na primeira metade do século 20 e que hoje são praticamente inexistentes por ali. A construção ficava em uma posição elevada, no centro do terreno, e tinha vista não só para a Rua Maranhão como para os outros lados do bairro, em uma época que a área não era ainda densamente habitada.

A foto abaixo dá uma noção de como era a região de Higienópolis na segunda metade dos anos 1920, com destaque para a residência da família Schiesser:

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Além dos trabalhos na Matarazzo, Nicolau Schiesser também atuou na construção civil e nesta iniciativa surgiram alguns edifícios importantes na cidade, como o Paysandu, na região central, e o Edifício Nicolau Schiesser (que já abordamos aqui), este último projetado por ninguém menos que o célebre arquiteto Rino Levi, amigo de Schiesser.

Na foto, Nicolau Schiesser no jardim de sua residência (anos 1940).

Na foto, Nicolau Schiesser no jardim de sua residência (anos 1940).

Além da beleza arquitetônica da fachada, construção de alto nível e bom gosto, a residência também possuia um interior ricamente decorado, como era de praxe nas residências de alto padrão daquela época. A sequência de imagens a seguir, mostra como eram os principais cômodos do casarão.

Crédito: Divulgação

Crédito: Divulgação

Crédito: Divulgação

 A bela residência permaneceu na família mesmo após o falecimento de Nicolau Schiesser, no início dos anos 60. Com o tempo os filhos foram crescendo, se casaram e foram deixando a residência que com isso acabou sendo vendida. O imóvel resistiu até o início da década de 1980 quando foi demolido. Hoje, no local, existe um prédio residencial.

Nem sempre é possível preservar um imóvel para a posteridade, pois há uma série de fatores envolvidos que podem fazer com que uma determinada residência seja ou não preservada. Neste caso, ela se foi, mas as imagens guardadas com carinho e apreço pela família mostram que o mais importante dela foi preservado para a posteridade: a felicidade de toda uma vida.

Pouco conhecido do grande público paulistano, Nicolau Schiesser veio do outro lado do Oceano Atlântico para ser um grande empreendedor em São Paulo. Esta cidade que amamos e que acolhe tão bem a todos que aqui chegam para contribuir com o crescimento desta metrópole.

Nosso agradecimento em nome do São Paulo Antiga e de todos os nossos leitores à Família Schiesser, em especial a seu neto Roberto Schiesser, pela cessão das imagens que aqui publicamos.

Mas ainda não acabou, separamos duas galerias com outras 25 imagens internas e externas da residência. Veja a seguir!

Fotos externas do casarão (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

Fotos internas (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

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Villa Gallet

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Atualização 1 – 29/01/2014: Atualizamos o nome do local, de acordo com as informações que nos foram fornecidas.
Atualização 2 – 29/01/2014: Novas fotos adicionadas no decorrer do artigo, enviada por leitores.

Dizem que na vida tudo e todos tem um preço, basta chegar com o valor certo e na hora certa. E é essa a impressão que eu tenho ao testemunhar o fim de uma das mais antigas e belas construções do bairro de Santana, a adorável Villa Gallet.

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Localizada no número 403 da Rua Alfredo Pujol, é aquele tipo de construção histórica que você espera que dure para sempre, mas quando você menos espera ele desaparece. Construído entre o final do século 19 e início do século 20, a Villa Gallet era um belo casarão que por muito tempo resistiu à especulação imobiliária.

No local, nos derradeiros anos, funcionava um bar e também um interessante centro cultural que trazia uma atração diferenciada a esta importante via de Santana, que hoje basicamente é comercial. Chamado de Fim do Mundo Bar e Espaço de Cultura,  era praticamente um oásis ao meio da correria e agitação da região.

Fim do Mundo Bar / Crédito: Divulgação

Para nossa surpresa o casarão foi abaixo e a área irá abrigar um novo empreendimento imobiliário. Fica a pergunta mais uma vez sobre a real utilidade e competência do órgão municipal de patrimônio histórico, o DPH e a também o Conpresp. Como não tombaram uma imóvel de tamanha importância para história de Santana ? Como deixaram isso acontecer ?

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Apesar de sabermos da relevância do casarão demolido e também de sua antiguidade, sua história e praticamente desconhecida. Não sabemos exatamente o ano de sua construção (há quem diga que é de 1880 mas não conseguimos confirmar), quem o construiu e quem morou por ali. Por pouco, nem mesmo fotografias teriam sobrado para contar a história, não fossem as imagens salvas do Google Street View. Foi o fim da linha para o Fim do Mundo e para a Villa Gallet.

Vista do casarão e da Rua Alfredo Pujol (clique na foto para ampliar).

Vista do casarão e da Rua Alfredo Pujol (clique na foto para ampliar).

Tal qual este casarão, quantos outros foram destruído sem ter sua história documentada e fotografada por toda São Paulo? Já parou para pensar o tamanho do estrago na memória iconográfica de São Paulo que a ineficiência de nossos órgãos de defesa do patrimônio histórico causam para a cidade ?

Somos reféns dos péssimos serviços prestados pelo DPH, Conpresp e pelo estadual Condephaat que dão passos de tartaruga enquanto a especulação imobiliária correm a passos de velocista queniano.

Num futuro não muito distante não teremos muito de nossa história para mostrar, alguns nem mesmo através de fotografias.

Abaixo, duas fotografias do casarão durante a demolição (clique para ampliar):
Crédito: Daniel Forli

Crédito: Daniel Forli

Crédito: Daniel Forli

Veja o local através de nosso mapa:

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Portão em Art Noveau – Rua Vitória, 595

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Foi no aparentemente tranquilo dia 9 de julho de 1982,  que uma das mais tristes demolições e crimes contra o patrimônio histórico paulistano ocorreu. Foi quando demoliram um belíssimo palacete com traços em art noveau que cuja única lembrança de que um dia existiu é um portão.

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Localizado no número 595 da Rua Vitória, bairro de Santa Ifigênia, este portão que avaliamos ser um dos mais bonitos de São Paulo é o que sobrou do magnífico casarão que havia nesta área hoje ocupada por um pequeno imóvel e  estacionamento. Construído entre 1898 e 1900 o imóvel era residência de Silvio Sampaio Moreira, rico empresário paulista do século 20, cujo irmão dá nome a um dos mais antigos edifícios da cidade, o Sampaio Moreira (o prédio faz homenagem a José Sampaio Moreira).

Nesta foto de 1985 local já servia de estacionamento.

Nesta foto de 1985 local já servia de estacionamento.

A ausência de detalhes sobre como era o imóvel é culpa de sua demolição. Até mesmo imagens deste casarão, que segundo relatos de pessoas que o conheceram, tratava-se de uma das mais incríveis residências paulistanas do passado não são conhecidas. Nem mesmo de quando ele já estava em situação de abandono. Tudo isso porque ele foi demolido às pressas no fátidico 9 de julho de 1982.

Na teoria ele estava protegido. O imóvel havia sido tombado como patrimônio histórico paulistano em 2 de dezembro de 1975, durante o mandato do então prefeito Olavo Egydio Setúbal, entretanto isto não foi suficiente para proteger o casarão em questão.

Na imagem, detalhe do belo portão (clique na foto para ampliar).

Na imagem, detalhe do belo portão (clique na foto para ampliar).

Com o fato de 9 de julho ser ponto facultativo (naquela época ainda não era feriado como hoje) o que iria dificultar a fiscalização das autoridades, alguns homens entraram no casarão durante o período da manhã e iniciaram a demolição do imóvel. Algumas horas depois, alertados por vizinhos, chegaram a imprensa e os fiscais da prefeitura o que interrompeu a demolição. Porém, já no meio da tarde quando imprensa e fiscais deixaram o imóvel, uma retroescavadeira entrou e terminou por demolir o que ainda restava do antigo casarão de Silvio Sampaio Moreira. Era o fim.

O portão resiste até hoje.

O portão resiste até hoje.

Porém por alguma razão o portão sobrevive até os dias de hoje, 32 anos após a demolição da residência. No local também nada de significativo foi construído, permanecendo até hoje como um espaço vazio e estacionamento de veículos.

A demolição deste casarão já no distante ano de 1982 mostra que o tempo passa e a realidade não muda. Somos bombardeados com notícias de casarões sendo demolidos em feriados, madrugadas ou mesmo a luz do dia – na cara dura – todos os dias. O que evidencia que nossas leis de tombamento são bastante ineficientes. O tombamento não pode ser um ônus ao proprietário, que muitas vezes perde dinheiro e nem um ônus ao Estado, que também se vê forçado a desapropriar muitos imóveis a custos elevados, para não ver seu proprietário destruí-lo.

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O processo de tombamento precisa ser revisto por completo e há a necessidade que a cultura de preservação seja incentivada nas escolas. Esta consciência de patrimônio histórico e de laços com a preservação precisa surgir no âmbito escolar, para que reflita na sociedade. Caso contrário dificilmente veremos nosso passado presente em nosso futuro.

O portão da rua Vitória serve como uma lembrança de que um dia um casarão existiu ali e serve como uma lição de que um povo sem passado está fadado a não ter futuro.

Curiosidade – No mesmo dia uma “quase demolição”:

O dia 9 de julho de 1982 por pouco não foi ainda mais trágico para a Cidade de São Paulo. Neste mesmo dia e praticamente no mesmo horário, um outro casarão muito conhecido dos paulistanos quase foi demolido, o “Castelinho da Brigadeiro Luís Antônio“.

Por pouco este também não virou pó (clique na foto para ampliar).

Por pouco este também não virou pó (clique na foto para ampliar).

Hoje preservado, este belíssimo exemplar da São Paulo antiga não virou pó por muita sorte e determinação do vigia de plantão, que infelizmente não se sabe o nome, mas que naquele triste 9 de julho fez um gesto que foi determinante para a preservação do imóvel.

Por coincidência (ou propositadamente, vai saber) no mesmo horário que alguns homens seguiram para demolir o casarão da rua Vitória, outros quatro homens seguiram para este casarão, com o mesmo objetivo: colocar a construção abaixo. Enquanto no outro imóvel os operários não encontraram ninguém pelo caminho, neste encontraram um valente vigia que sozinho, impediu a entrada dos homens contratados para a demolição. E ele não só não permitiu a entrada como também acionou a polícia que rapidamente chegou ao local e impediu que a ação fosse concretizada.

Os imóveis eram de famílias diferentes. Será que combinaram demolir ambas no mesmo dia para dificultar a ação das autoridades, ou tudo não se tratou de uma infeliz coincidência ? Jamais saberemos. O que sabemos é que felizmente, diferente do casarão da rua Vitória, este casarão sobreviveu e foi restaurado, sendo hoje é uma das mais preservadas residências antigas da nossa cidade.

Casarão de 1894 – Rua Coronel Leme, 277

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Bragança Paulista é uma das cidades mais agradáveis do Estado de São Paulo. Além de ser um município bem interessante para se fazer turismo, descansar ou mesmo apreciar a comida da região, como a tradicional linguiça de Bragança, a cidade possui muitos imóveis antigos interessantes, oriundos do rico passado cafeeiro da cidade. Um deles é este belo casarão.

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Construído em 1894, este imóvel espetacular está localizado na Rua Coronel Leme, na região central de Bragança Paulista. Este é um canto da cidade que tem muitas construções antigas interessantes, apesar de nem todas estarem bem conservadas. Não muito distante dali está o famoso prédio do Colégio São Luiz que encontra-se em processo de restauro.

Na porça mais alta da fachada, no frontão, o ano de sua construção (clique para ampliar).

Na porça mais alta da fachada, no frontão, o ano de sua construção (clique para ampliar).

Este casarão do século 19 chama bastante a atenção pelo tamanho e pela beleza de sua construção. Assobradado, possui um salão no seu térreo que pode servir de armazém. No centro do terreno há um portão que leva aos fundos da propriedade e também a porção superior da construção. Por fim, na ponta esquerda há um anexo do imóvel que serve como entrada de veículos. Aparentemente faz parte do projeto original da construção ou foi feito não muito depois do imóvel principal, já que seu estilo orna com o restante da propriedade.

Apesar da presença do vandalismo na fachada, com algumas pichações, o estado de conservação do imóvel é bastante satisfatório. Não foi possível averiguar se o tom de cor da construção é o original, mas a cor parece não ser a mais apropriada para este imóvel. Entretanto isso não diminui em nada a beleza deste magnífico casarão bragantino. Nosso parabéns aos proprietários.

Veja mais fotos deste casarão (clique na fotografia para ampliar):
Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

E mais um casarão paulistano se foi

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Não é nenhuma surpresa quando relatamos aqui que mais um casarão desapareceu em São Paulo. Este tipo de notícia está tão corriqueira nos últimos anos que a cada casa antiga que deixa de existir parece nem nos espantar mais. E mais uma vez apresentamos aqui um destes casos tristes da nossa paulicéia.

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Localizado no número 934 da rua Cubatão, na Vila Mariana, este casarão era um dos poucos que ainda existia nesta rua. O imóvel era daqueles que eram muito comuns nesta região no passado, com uma área bastante ampla, edícula ao fundo e uma boa quantidade de árvores na sua fachada, inclusive um sempre carregado pé de limão.

Era uma vez uma casa muito agradável (clique na foto para ampliar).

Era uma vez uma casa muito agradável (clique na foto para ampliar).

Não faz muito tempo que esta mesma rua Cubatão perdeu um casarão já bem no final da rua e que estava em excelente estado de preservação. Lá abriga agora um estacionamento. Infelizmente a destruição de casarões da região não parou por lá e atingiu este aqui também, neste caso em particular de forma bastante trágica: um incêndio. A fotografia abaixo, enviada pela leitora Flávia Roberta Costa, flagra o momento do triste acontecimento.

Crédito: Flávia Roberta Costa / Clique na foto para ampliar.

Crédito: Flávia Roberta Costa / Clique na foto para ampliar.

Os motivos que levaram ao incêndio deste belo casarão não foram divulgados. Entretanto para quem observava o imóvel pela rua era possível notar que, apesar de perfeitamente recuperável, o casarão encontrava-se bastante deteriorado e com boa parte de seu madeiramento apodrecido. Como o incêndio começou no andar superior, é bem possível que este incidente tenho se iniciado entre o telhado e o estuque, onde possivelmente deveria passar alguma fiação bastante envelhecida, provocando um curto circuito.

Alguns dias após o incêndio uma empresa já estava atuando no local removendo telhado e concluindo a demolição do velho casarão.

Crédito: Flávia Roberta Costa / Clique na foto para ampliar.

Crédito: Flávia Roberta Costa / Clique na foto para ampliar.

Lembro que quando tirei as fotos desta casa ainda de pé, algum tempo atrás, havia uma senhora no quintal. Não sei se ela ainda morava por ali, mas espero que em caso positivo que nada tenha acontecido com ela. Infelizmente a Vila Mariana perdeu mais um de seus imóveis antigos.

Veja abaixo mais algumas imagens do casarão (clique na miniatura para ampliar):
Agradecimento: Flávia Roberta Costa pelas fotos de durante e depois do incêndio.

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Flávia Roberta Costa
Foto: Flávia Roberta Costa
Foto: Flávia Roberta Costa
Foto: Flávia Roberta Costa
Foto: Flávia Roberta Costa

 


Casarão – Rua Buri, 100

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Uma das regiões mais nobres de São Paulo, o Pacaembu, começa aos poucos dar sinal de que pode estar iniciando um lento processo de queda de padrão. Outrora algo impossível de se imaginar, casarões e mansões vazios e alguns até em situação de abandono, já surgem pelas arborizadas e sinuosas ruas do bairro.

Em uma visita recente encontrei ao menos duas residências em situação de abandono, vazia e com muitos vidros quebrados, como esta a seguir:

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Localizado no número 100 da rua Buri, esta mansão está assim, fechada, há pelo menos cinco anos, quando foi a primeira vez que a visitamos e fotografamos, já no distante ano de 2009. Desde então nada parece ter acontecido  com o imóvel, exceto pela construção deste muro alto que está até hoje inacabado.

Novo muro altera a originalidade do imóvel (clique para ampliar).

Novo muro altera a originalidade do imóvel (clique para ampliar).

A construção deste muro é algo que entristece a vista deste imóvel por duas razões. A primeira, obviamente, pelo fato de estar há tantos anos sem ser concluído, dando um aspecto ruim a um imóvel tão bonito. A outra, o fato de alterar a originalidade da casa, construída com portões e muro baixos.

Apesar dos anos vazio, o imóvel apresenta no geral um bom estado de conservação, sendo que se está vazio ao menos parece que tem alguém zelando por ele. Entretanto, é possível notar que já sofreu alguns atos de vandalismo, especialmente em suas janelas. Observe na foto abaixo o belo vitral que existe nas janelas do andar térreo.

Flamingos na janela (clique na foto para ampliar).

Flamingos na janela (clique na foto para ampliar).

São cenas da natureza com vários flamingos. A arte se estendia pelas demais janelas, mas várias delas infelizmente já foram quebradas e podem ser irrecuperáveis, caso não existam imagens com os desenhos completos. Mesmo este vitral que sobrevive já foi atingido por uma pedrada (foto anterior).

E é assim que começa a degradação de um imóvel, de uma rua e até de um bairro inteiro. É o princípio abordado na “Teoria das Janelas Quebradas”.

Uma entrada monumental (clique na foto para ampliar).

Uma entrada monumental (clique na foto para ampliar).

Defendida pela primeira vez em 1982 pelos americanos James Wilson e George Killing, esta teoria diz que a presença de lixo nas ruas, vidros quebrados em imóveis e paredes sujas com pichação induzem a mais vandalismo e a pequenos crimes.

E foram estas ideias expostas nesta teoria que tornou possível a recuperação da cidade Nova York, que no início dos anos 1990 iniciou uma campanha para remover a pichação do metrô, que logo resultou em uma queda das taxas de crime em suas dependências. Dai partiu-se pra política conhecida como “Tolerância Zero”, do Prefeito Rudolph Giuliani, que trouxe uma transformação incrível para a mais famosa cidade dos Estados Unidos.

Será que estamos vendo no Pacaembu um exemplo desta teoria ? Até quando veremos esta magnífica mansão nesta situação ? Nenhum imóvel merece ficar esquecido, especialmente estes casarões tão significativos.

Se você tiver mais informações sobre este casarão, entre em contato conosco ou deixe um comentário.

Veja mais fotos (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

Conheça a região através de nosso mapa:

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Casas Demolidas – Rua Jaceru, 184 e 194

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A participação dos leitores é fundamental para mantermos esta página atualizada e ficar de olho no que estão fazendo com as casas antigas por ai. Embora esteja sempre andando pela cidade, semanalmente, é impossível estar em todos os lugares e, muitas vezes, enquanto cobrimos uma região, outra está tendo seus imóveis demolidos.

E foi graças ao leitor Marcelo Badan Caparroz que foi possível ter ao menos imagens de duas casas grandes e graciosas na Vila Gertrudes, região próxima ao Brooklin Paulista.

Localizadas nos números 184 e 194 as residências que estão na foto aérea abaixo, repletas de área verde não existem mais:

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Tratava-se de um casarão, no número 194, e uma outra casa no número 184, já na esquina com rua Professor José Leite e Oiticica. As duas foram adquiridas conjuntamente por uma construtora e foram ambas demolidas. Observem bem a foto acima e vejam quanto verde esta região irá perder com a construção dos novos empreendimentos.

A foto abaixo, mostra como era a casa da esquina:

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Era uma residência bem ampla e elegante, com portões e grades bem baixos e arquitetura simples, embora vistosa. Ao fundo, pela rua lateral havia uma entrada para automóveis. Tudo começou a ir abaixo em novembro do ano passado.

E este era o casarão vizinho, que estava no número 194, quando a demolição estava começando, em outubro de 2013. As fotografias são do leitor Marcelo Badan Caparroz (clique para ampliar):

Crédito: Marcelo Badan Caparroz / São Paulo Antiga

Pelo estilo da residência e também por estar localizada no centro do terreno e com portões baixos e ainda de madeira, é possível que se tratava de algum casarão de chácara ainda sobrevivente na região. Evidentemente, como construtoras pouco ligam para a história da cidade e mais querem é o dinheiro das pessoas, a casa foi embora para sempre. Segundo vizinhos próximos, as árvores, algumas delas frutíferas, estava sempre com muitos pássaros.

É bem provável que a prefeitura tenha exigido que a construtora tenha plantado mudas em algum outro lugar de São Paulo, como contrapartida para a arrancada das que estão no terreno. Mas mesmo isso não diminui o prejuízo à natureza nesta região.

Quando as obras começaram nem todas as árvores foram retiradas, mas como algumas estão em áreas mais centrais da propriedade, deve ser uma questão de tempo. Para encerrar, publico um comparativo antes e depois entre 2011 e 2014. E, finalmente, peço que vejam a imagem do mapa do Google no final do artigo, para observarem toda a área verde que está sendo perdida.

É muito triste saber que estamos perdendo nossa identidade paulistana a cada casa demolida. Isso parece não ter mesmo fim.

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Agradecimento: Marcelo Badan Caparroz pelas informações e fotografias.

Conheça a região através de nosso mapa:

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Casa da frontaria azulejada

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Santos, a entrada marítima do Estado de São Paulo é também uma das mais importantes cidades paulistas quando o assunto é arquitetura, já que é rica em construções que atravessaram os séculos até os dias atuais.

E é na rua do Comércio, que já foi berço de Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que se concentra boa parte dos mais importantes imóveis antigos antigos santistas. Um deles é a famosa “Casa da frontaria azulejada”.

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Considerada uma das mais importantes obras arquitetônicas da Cidade de Santos, foi construída em 1865 para ser a residência e armazém comercial do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto. Apesar do piso térreo ser considerado um armazém, não há consenso entre os historiadores, sendo que há uma vertente que afirma que o piso ao nível da rua também era utilizado como residência pelo comendador.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

O imóvel possui fachada com influência neoclássica, com toda sua área coberta de azulejos em relevo vindos de Portugal. Sua construção tem uma forma de “U” (veja no mapa no fim do artigo), com uma abertura originalmente voltada para o Porto, hoje impedida pelos imóveis sitos à rua Tuiuti.

Com a morte de Ferreira Netto a casa passou por mudanças funcionais, tendo ai o início de diversas atividades ao longo de sua trajetória. Foi durante anos um armazém no térreo e escritório de café no piso superior. Posteriormente foi transformado no Hotel Guanabara, entre os anos de 1940 e 1960.

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O início real da decadência do imóvel foi após o fechamento do hotel na década de 60. A sua utilização posterior, de depósito de adubos químicos degradou bastante a construção, tanto por fora como principalmente por dentro. O tombamento do imóvel veio primeiramente pelo IPHAN em 1973, sendo seguido posteriormente pelos órgãos de tombamento estadual e municipal.

O imóvel somente seria desapropriado pela prefeitura santista em 1986 quando estava em uma situação terrível. A recuperação do imóvel levaria longos anos, sendo entregue com a fachada restaurada em 1992, o que incluiu a restauração e reprodução dos azulejos que caracterizam o prédio.

vista interior do imóvel - clique para ampliar

vista interior do imóvel – clique para ampliar

Por dentro do imóvel, foi mantido uma aparência mais rústica (veja fotos acima e na galeria no final do texto), que com certeza não agrada a todo mundo. Apesar disso o imóvel encontra-se em bom estado de conservação e seguro com sua robusta construção antiga.

Infelizmente, devido a péssima manutenção do proprietário anterior à desapropriação, o piso superior da casa da frontaria azulejada não existe mais. O imóvel agora é um grande salão. Desde 1995 o local pertence a Fundação Arquivo e Memória de Santos.

Veja mais fotos da casa (clique na foto para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

Conheça a região através de nosso mapa:

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Quer indicar outros imóveis curiosos em Santos ou em outras cidades ? Entre em contato conosco ou deixe um comentário!

Casarão – Rua Hélio Manzoni, 46

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Se tem uma cidade onde não há qualquer respeito ao patrimônio histórico aqui no nosso estado essa cidade é Guarulhos. Uma cidade enorme, com uma população maior até que de alguns países mas que praticamente não tem mais nada de antigo ou histórico preservado. Sua construção mais significativa no perímetro urbano, o Casarão Saraceni, foi demolido sem dó nem piedade há 4 anos atrás e hoje conta-se nos dedos de uma mão só (e sobram dedos) o que existe de arquitetura antiga ainda de pé por lá.

No bairro de Gopouva tive a grata surpresa de encontrar ainda de pé, embora vazio e fechado, este belo imóvel:

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Localizada no número 56 da rua Hélio Manzoni, este casarão do início do século 20 é um raro sobrevivente, numa região que até poucas décadas atrás era um grande concentrado de chácaras, que margeavam o saudoso Trem da Cantareira, que passava alguns poucos metros a frente desta residência, onde hoje existe a avenida Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, ou como é mais conhecida, o Anel Viário.

Vista do casarão a partir da rua (clique na foto para ampliar).

Vista do casarão a partir da rua (clique na foto para ampliar).

O que se vê neste local é um amplo terreno com uma belo casarão antigo no centro da área, com uma boa área de quintal, jardim e, ao fundo, um outro imóvel (sobrado) que é algumas décadas mais recente que a construção principal.

O estado de conservação de ambas as residências que estão no terreno é bastante satisfatório, e merece uma preservação e tombamento. Entretanto as regiões guarulhenses de Gopoúva e Torres Tibagi estão cada vez mais repletas de prédios de apartamentos e não sei se esta propriedade irá sobreviver por muito tempo. Segundo amigos que morar próximos do local este imóvel está vazio há, no mínimo, quatro anos.

Esperamos que a Secretaria de Cultura de Guarulhos olhe este imóvel com carinho e proteja-o.

Abaixo, mais algumas fotografias (clique para ampliar):

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Casarão de 1947 – Rua Groenlândia, 1806

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O bairro de Jardim América, na zona oeste da capital paulista, é um dos mais nobres de nossa cidade e um dos que mais tem atualmente casarões e mansões. Entretanto, é muito difícil fotografá-los ou mesmo apenas observá-los devido aos muros altos que os cercam. Felizmente existem algumas exceções:

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Construído em 1947 e localizado no número 1806 da rua Groenlândia, este belo casarão é um raros imóvel deste bairro que não é isolado por um muro alto. Sua arquitetura, aliás, é bem peculiar e diferente das demais construções da região e chama a atenção por suas linhas simples e harmoniosas.

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Na frente da residência, o que divide a propriedade da calçada é um baixo muro de meio metro de altura. No jardim, três palmeiras dão um toque tropical ao imóvel. Já a fachada, atualmente em tom salmão, apresenta três janelas de madeira do lado esquerdo, a porta de entrada e depois mais outra janela. A garagem do casarão fica à direita do imóvel, enquanto do lado esquerdo existe uma espécie de anexo que parece ser mais recente do que a casa, mas que segue a arquitetura original de forma bastante harmoniosa.

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Inicialmente construída para ser uma residência, o casarão hoje tem destinação comercial. Sua preservação está impecável e é impossível vê-la e não voltar no tempo em que as casas não precisavam de muros altos e que a violência era algo bastante menor do que o que é nos dias de hoje. Tempos que não voltam mais.

Veja mais fotos do casarão:
Crédito de todas as fotografias deste artigo: Renata Saad

Crédito: Renata Saad / São Paulo Antiga

Crédito: Renata Saad / São Paulo Antiga

Casarão – Rua Joaquim Eugênio de Lima

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Se tem uma coisa que mudou muito de algumas décadas para cá, é o conceito de morar bem. Hoje, muitos acreditam que morar bem é estar dentro de um apartamento de 50 ou 60 metros, varanda “gourmet” e um segurança na calçada terno preto em pé debaixo de um guarda sol.

Entretanto, isso não me parece morar bem mas apenas morar. Acho que residir bem mesmo faziam os paulistanos de outrora em apartamentos amplos de 100 metros quadrados pra mais, ou então em belos casarões da elite, como esta maravilha da Alameda Joaquim Eugênio de Lima.

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Localizado apenas dois quarteirões da Avenida Paulista, este magnífico casarão eclético é um dos mais belos exemplares de antigas residências de luxo do bairro da Bela Vista que ainda resistem aos tempos atuais e a especulação imobiliária.

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No passado o imóvel pertenceu a uma pessoa chamada Benedito Abdulkader, que talvez tenha sido o primeiro proprietário (dados de 1961). Segundo uma pessoa que nos cedeu informações sobre o local, o casarão encontra-se fechado há alguns anos, desde que a proprietária mais recente veio a falecer. Não consegui informações suficientes para saber se a falecida também é ligada a Abduldaker (pesquisa ainda em andamento).

Crédito: Nando Champss / São Paulo Antiga

Entretanto, o fato de estar fechado não significa que está em situação precária, pelo contrário. Como o local tem pessoas que tomam conta, é possível ver que o imóvel está em excelente estado de conservação em sua porção exterior e bem preservado também em seu interior. Os jardins são muito bem cuidados, e a casa não apresenta nenhum problema de manutenção.

Nos fundos, existe além do casarão uma grande edícula que provavelmente serviu (ou serve) de residência para funcionários da casa. E depois desta edícula ainda existe um terreno amplo com plantas e árvores, fazendo desta casa um verdadeiro oásis na selva de pedra que é a região próxima da Paulista.

Na foto, um dos belos vitrais da residência (clique para ampliar).

Na foto, um dos belos vitrais da residência (clique para ampliar).

E se o imóvel é belo por fora, ele é ainda mais encantador por dentro, com vários vitrais coloridos, lareira de mármore, escadarias e armários de madeira, além de banheiros amplos e com decoração suntuosa.

Mais do que uma residência, este casarão é uma verdadeira preciosidade paulistana. Espero que seus proprietários tenham noção não apenas do valor da propriedade, mas também de sua importância histórica para a história da arquitetura de nossa cidade e que seja preservado para a posteridade.

Quem tiver mais informações sobre o imóvel ou sobre a figura de Benedito Abduldaker, deixe um comentário ou mande uma mensagem para nós. Ajude-nos a contar a história paulistana.

Agradecimentos a Nando Champss, autor de todas as fotografias que ilustram este artigo.

Veja fotos externas do casarão (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss

Veja fotos internas do casarão (clique na miniatura para ampliar):

Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss
Foto: Nando Champss

Casarão – Avenida Pompéia, 972

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Se há uma avenida que mudou muito nas últimas décadas na zona oeste da capital, esta via é a avenida Pompéia. Majoritariamente residencial até meados da segunda metade do século 20, era o endereço de muito comerciantes, empresários e também industriais.

Com o tempo, muitas das casas passaram a ter destinação comercial e várias foram demolidas ou descaracterizadas. Apesar disso, podemos ainda encontrar alguns casarões bastante preservados por ali, como este a seguir:

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Localizada no número 972 da avenida Pompéia, este magnífico casarão da primeira metade do século 20 hoje possui destinação comercial, mas no passado pertenceu ao empresário de origem armênia Camilo Siufi.

Ele mantinha bem perto dali, no número 930 rua Raul Pompéia, a tradicional Fábrica de Linhas Pavão que encerrou suas atividades aproximadamente em 2001. No local hoje há um edifício com um desses nomes bobos que usam estrangeirismos: “Princeton”. Eu, teria dado o nome “Pavão” ou mesmo “Camilo Siufi”, mas me parece que homenagear alguém que merece não é o forte de nossas construtoras.

Voltando ao casarão, não posso afirmar com toda certeza de que Siufi morou ou se teria trabalhado ali, mas aposto mais na primeira opção. Era bastante comum que os patrões morassem perto de suas fábricas. Em 1961 este endereço tinha em nome de Camilo Siufi um telefone com número 62-4363.

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Detalhe da fachada do casarão (clique na foto para ampliar)

O imóvel está em excelente estado de conservação e é um dos mais preservados da avenida Pompéia. Apenas o muro e portões originais (baixos) não existem mais, algo compreensível tendo em vista que atualmente funciona um estabelecimento comercial.

O nível de preservação da porção exterior do casarão é bem satisfatório. Colunas, detalhes, balaústres, telhado, janelas e adornos da fachada estão impecáveis. A cor da pintura do imóvel é também bastante apropriada, deixando-o belo e discreto.

Detalhe das janelas do piso térreo (clique na foto para ampliar)

Detalhe das janelas do piso térreo (clique na foto para ampliar)

O imóvel é sede do Buffet Finesse, que é tradicional e considerado um dos melhores deste ramo por clientes e fornecedores. A empresa está de parabéns quanto a preservação do imóvel, que é, sem dúvida, um belo cartão de visitas da empresa.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Nossa legislação de imóveis históricos, bastante arcaica, deveria prever que empresários que optassem por manter estabelecimentos comerciais em construções antigas preservadas recebessem algum estímulo fiscal, seja com desconto em ISS ou IPTU. Seria uma ótima maneira de estimular empresários a preservar nosso patrimônio.

Enquanto isso não acontece aqui em São Paulo por parte do poder público, cabe a nós paulistanos prestigiar empresários que preservam construções antigas, frequentando seus estabelecimentos e indicando-os aos amigos e familiares. Uma troca justa pelo bem de nossa cidade.

Veja mais fotos do imóvel (clique na foto para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimentoa
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento

Saiba mais, veja outros imóveis que visitamos na Avenida Pompéia:

Conhece algum outro estabelecimento que mantém o imóvel preservado ? Diga para nós aqui nos comentários !


Palacete de Raul da Cunha Bueno

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Toda vez que passo pelo bairro de Higienópolis lembro-me do bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Salvo as devidas proporções, os dois bairros são bastante parecidos, por uma série de fatores: casarões, prédios de alto padrão, ruas arborizadas, elevado poder aquisitivo e também pela grande comunidade judaica.

E é neste bairro que estão alguns dos belos palacetes da região central da cidade, praticamente todos eles bastante preservados. Um que é muito bonito é este a seguir:

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Localizado no número 462 da avenida Higienópolis, quase na esquina com avenida Angélica, este belo casarão do início do século 20 é de um período que o bairro de Higienópolis já era bem ocupado por casarões e palacetes de fazendeiros, industriais e personalidades políticas.

Neste palacete residiu o Dr. Raul da Cunha Bueno, fazendeiro e importante personalidade paulista da primeira metade do século 20. Os diversos ramos da família Cunha Bueno estão espalhados por São Paulo e o sobrenome se faz presente em vários edifícios paulistanos, como no Brooklin e na Bela Vista, mais precisamente na avenida 9 de Julho e rua Rocha.

Detalhe da fachada (clique para ampliar)

Detalhe da fachada (clique para ampliar)

Raul da Cunha Bueno era proprietário da Fazenda Nova Niágara, que era na época a maior propriedade rural do município paulista de Óleo. A fazenda existe até hoje e é ligada ao setor pecuário. Era bastante comum aos fazendeiros da época manterem propriedades na capital paulista, onde faziam seus negócios, deixando na fazenda um administrador.

Bastante preservado, o palacete foi utilizado como residência até meados da década de 50. Nos anos 60 o imóvel já era utilizado para fins comerciais, com algumas empresas com escritório ali, como a Editora Central e a Bolsa de Imóveis do Estado de São Paulo, entre outras. No local desde meados da década de 70 opera uma agência bancária.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Oriundo de tradicional família paulistana, Raul da Cunha Bueno era neto do Visconde da Cunha Bueno (também conhecido como Barão de Itaqueri) e filho de Joaquim da Cunha Bueno e Maria Francisca da Cunha Bueno.

Raul da Cunha Bueno foi casado com Maria Cecília Carneiro Leão da Cunha Bueno e faleceu em 22 de setembro de 1946.

Casarão – Rua Herval, 829

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Bairro paulistano imortalizado na literatura brasileira através de dois grandes escritores paulistas, Monteiro Lobato com Literatura do Minarete e Jacob Penteado com seu imperdível Belenzinho 1910, o Belenzinho (ou Belém) é um dos mais charmosos bairros da zona leste da cidade.

E ainda encontramos por ali autênticas construções remanescentes do período mais áureo que este bairro viveu, entre a última década do século 19 e as três primeiras do século 20. Por ali uma das ruas mais ricas em imóveis antigos é a rua Herval, onde encontramos este belo casarão:

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Construído no início do século passado, este charmoso casarão é uma das preciosidades do Belém. Está bem na esquina da Herval com a rua Pimenta Bueno e nos remete ao período que a região era uma mescla saudável de classes sociais, onde viviam ricos e pobres, patrões e operários.

Vista panorâmica da casa (clique para ampliar).

Vista panorâmica da casa (clique para ampliar).

No passado, Belenzinho e Brás eram bairros bem conhecidos pelas suas intensas atividades fabris e suas frenéticas agitações operárias, isso tornava a região o lar de patrões, que desejavam residir próximos de suas empresas, e de operários que costumavam morar perto de seus trabalhos, muitas vezes nas conhecidas vilas operárias que ficavam nas cercanias das fábricas.

E por no passado o Belém ter sido também uma área então considerada distante do centro, com bastante chácaras e clima aprazível, acabou sendo o destino de muitos ricos paulistanos que escolheram viver no bairro, fazendo surgir especialmente na rua Herval e arredores belas construções como esta.

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Apesar de muitos destes imóveis já terem sido demolidos, este ainda resiste com um dos mais belos exemplares do bairro. É um sobrado em um estilo de chalé que muito lembra construções similares da Europa.

Sua arquitetura é bastante peculiar e destoa bastante das demais residências antigas do bairro. Aliás, diga-se de passagem, o ecletismo é algo que pode ser notado bastante no Belenzinho, já que os casarões do bairro diferem muito um dos outros por ali (veja os links de referências no final do artigo).

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A casa possui um bonito muro baixo, com pedras e pequeno gradil. Passando pelo simpático portãozinho de entrada acessa-se o jardim da casa, que quando fotografamos parecia que estava passando por uma reorganização. Dali pode-se adentrar ao imóvel, que é um sobrado com sótão. Ja o acesso a garagem se dá pela rua lateral.

Até o momento o imóvel não é tombado ou que é algo que deveria ser pensado urgentemente. Muitos dos casarões do bairro que são parte da história do Belenzinho já desapareceram e não podemos aceitar que os últimos remanescentes também venham abaixo. Creio que não é o caso deste, mas quando se fala em especulação imobiliária todo cuidado é pouco.

Abaixo mais uma foto, com destaque a entrada (clique para ampliar):

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Você conhece o Belenzinho ? Já passeou pelo bairro ? Caso nunca tenha ido, recomendo um passeio.

Desça na Estação Belém do Metrô e faça um giro pelas ruas próximas que não irá se arrepender. As casas mais legais estão catalogadas aqui no nosso site, na sessão destinada a este bairro. Aproveite para tirar belas fotos e compartilhar nas redes sociais, como o Instagram, e usar a hashtag #saopauloantiga .

Outros casarões interessantes do Belém/Belenzinho:

Casarão – Rua Capitão Cavalcanti, 300

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A preservação em São Paulo é algo bem incipiente, principalmente quando os proprietários são os encarregados da tarefa. Há um série de razões que impõem dificuldades aos donos de imóveis históricos ou simplesmente antigos, que vão desde a falta de condições financeiras dos donos destes referidos imóveis até a total falta de apoio e incentivo por parte das autoridades.

Mesmo assim, há casos de construções que não são tombadas mas que são absolutamente preservadas e enchem os paulistanos de orgulho e de esperança, como este imóvel a seguir:

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Localizado no número 300 da rua Capitão Cavalcanti, em Vila Mariana, este belíssimo palacete é para mim um dos mais belos exemplares antigos não só deste bairro, mas de toda a cidade.

Construído na primeira metade do século 20, o imóvel possui uma arquitetura bem diferente dos tradicionais casarões paulistanos, com uma entrada monumental ladeada por duas grandes colunas. Passando por elas tem se acesso a porta principal da residência e pode se observar uma charmosa sacada.

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Os detalhes que constituem a fachada são de um bom gosto ímpar. Tudo é muito harmonioso e até mesmo itens de segurança da residência, como as grades, são feitas de modo a ornar com o imóvel.

O muro baixo, feito em pedra, é completado com um belo e discreto gradil, cujo padrão se repete nas grades da sala e na porta de entrada. No chão do jardim e do quintal, o tradicional piso de caquinhos que tanto nos acostumamos a ver nos lares paulistanos, não importando se são residências humildes ou nobres.

Detalhe da entrada (clique para ampliar).

Detalhe da entrada (clique para ampliar).

Casas como esta são de uma preciosidade rara e estar bem preservada é um motivo de orgulho não só para seus proprietários como para todos os paulistanos. Honestamente não consigo imaginar a Vila Mariana um dia sem este palacete. Na época em que o imóvel foi construído pertenceu a família Travaglia.

Abaixo, mais duas imagens:

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Seu bairro tem algum imóvel bacana que ainda não está aqui no São Paulo Antiga ? Deixe o local nos comentários e iremos visitar.

Praça Pamplona

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O setor da construção civil é sempre bastante criticado por suas ações por parte da sociedade paulistana, e muitas vezes é também criticado aqui nas páginas do São Paulo Antiga.

Entretanto, isso não quer dizer que construtoras e incorporadoras queiram o mal da cidade. Existem sim muitas ideias e projetos bacanas que surgem das mãos destas empresas e que trazem melhorias para a cidade. Uma delas é a Praça Pamplona:

Perspectiva ilustrada do casarão (clique para ampliar)

Perspectiva ilustrada do casarão (clique para ampliar)

Em execução pela Brookfield Incorporadora e projeto da Kruchin Arquitetura, a Praça Pamplona é um empreendimento que trará, em seu terreno de 6.555m², uma torre comercial, teatro digital, centro de pesquisas, centro cultural e social e um bosque de 2.000m².

Localizado no número 145 da rua Pamplona, o projeto é uma parceria com a Fundação Instituto de Física Teórica, que ocupa o casarão centenário que está no terreno desde 1951.

O casarão em fotografia da primeira metade do século 20 (clique para ampliar)

O casarão em fotografia da primeira metade do século 20 (clique para ampliar)

A parceria vislumbrou a possibilidade de unir o antigo ao moderno sem que um não anule o outro, permitindo que a harmonia entre duas épocas tão distintas permita a ocupação do espaço tanto para fins comerciais, como para fins educacionais e científicos. Enquanto o prédio fica a cargo da incorporadora, as demais instalações ficarão sob a administração da fundação.

No local também está sendo construído um moderno planetário, com capacidade para 130 pessoas, que também poderá operar como cinema, teatro e palco para eventos e pequenos shows. Além disso, o casarão está sendo restaurado e terá novas funções tão logo a Praça Pamplona seja inaugurada.

Casarão visto a partir da rua (clique na foto para ampliar)

Casarão visto a partir da rua (clique na foto para ampliar)

RESTAURO DO CASARÃO É PROJETO PREMIADO:

O longo e detalhado processo de restauração do casarão do Instituto de Física Teórica é um projeto que tem a elaboração e execução da conceituada Kruchin Arquitetura, liderada por Samuel Kruchin, que tem inúmeros projetos de restauração de sucesso pela cidade de São Paulo, como Cine Marabá, Palacete Conde de Sarzedas e, mais recentemente, o Edifício Sampaio Moreira.

O projeto da Kruchin para o casarão, que é patrimônio histórico paulistano, é uma restauração tendo os elementos originais do projeto reconstituídos, e as intervenções que o descaracterizaram desde 1951 serão totalmente eliminadas. A proposta é manter estes itens originais, mas inseri-los em um contexto moderno, em linha com o desenvolvimento de grandes cidades.

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Pelo projeto de restauro apresentando no casarão, a Kruchin Arquitetura foi agraciada em 2014 com o prêmio Master Imobiliário 2014 na categoria Profissional – Preservação do Patrimônio Histórico. O prêmio é um dos mais importantes do setor e consagra empreendimentos em operação e projetos que se diferenciam pelas estratégias inovadoras em diversas áreas.

A inauguração de todo o complexo, tanto as novas edificações como o casarão é para o início de 2016.

Veja mais fotos atuais do casarão:

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Crédito: Kruchin / Divulgação

Conheça mais sobre o trabalho desenvolvido pela Kruchin Arquitetura: www.kruchin.arq.br

Saiba mais sobre a Praça Pamplona, clicando aqui.

O fim do casarão mais antigo de Moema

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Em uma cidade cuja preservação cultural está acéfala, nas mãos de pessoas totalmente despreparadas para lidar não apenas com os bens tombados da cidade, mas também de locais históricos de São Paulo, este acontecimento choca, mas não causa muito espanto.

Graças ao alerta do leitor Paulo Araújo, fomos informados na última sexta-feira que o imóvel mais antigo de Moema estava sendo demolido:

Foto: Mari Pizarro (clique para ampliar)

Foto: Mari Pizarro (clique para ampliar)

Oriunda de uma época que o bairro sequer existia, o casarão foi construído em 1923 para servir de residência a Raul Loureiro, à época procurador geral do Fisco de São Paulo. Quando foi erguido a região era basicamente um caminho de bondes, entre o então município de Santo Amaro e São Paulo.

A construção do casarão impulsionou o desenvolvimento do bairro que viria a se chamar Indianópolis (saiba mais sobre a mudança do nome no final do texto), praticamente todo ao seu redor. Na época, a avenida Araci (hoje Ibirapuera) era completamente diferente do que vemos hoje.

Desde 1980 aproximadamente, o antigo casarão de Raul Loureiro passou a abrigar uma tradicional pizzaria que funcionou até poucos anos atrás no local, mudando depois para outra rua de Moema.

Na noite 22 de fevereiro de 2015, fomos as pressas até o local para conferir o que estava acontecendo e já encontramos o mais antigo imóvel de Moema em escombros:

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Na cidade onde reina o descaso ao patrimônio histórico o fim da linha chegou ao mais importante pedaço da história de Moema. No futuro, pagaremos caro por toda essa negligência e descaso para com a nossa história.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

MOEMA OU INDIANÓPOLIS ?

Embora seus moradores chamassem o bairro de Moema, até a década de 80 o bairro era conhecido pelo nome de Indianópolis. A mudança viria apenas em 1987 quando o então prefeito Jânio Quadros atendeu a reinvidicação dos moradores e comerciantes da região, acatando a denominação de Moema, através do decreto 24.764 de 15/10/1987.

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